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Veja a importância do "Setembro Amarelo"

Suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade de 15 a 29 anos na América Foto: Reprodução

De acordo com a última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada em 2021, suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade de 15 a 29 anos na América, sendo que 79% dos casos ocorrem em países de baixa e média renda.


Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio, os profissionais da Eurekka , hub de startup focada nos cuidados com a saúde mental, falam sobre como é possível identificar padrões de comportamentos entre pessoas que pensam em retirar sua vida.


A iniciativa faz parte do movimento Setembro Amarelo que começou com a história de Mike Emme, um jovem americano de 17 anos, que tirou a própria vida em 1994. No Brasil, a mobilização acontece desde 2015, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), observou o aumento dos casos de suicídio entre os brasileiros.


O psicólogo e fundador da Eurekka Henrique Souza, conta que o fato pode estar relacionado à depressão e ansiedade , muito comum entre jovens, que em sua maioria sofre com questões cotidianas, como o bullying, a falta de assistência e incentivo, problemas econômicos e sociais. “Infelizmente, o número de suicídios no Brasil e no mundo é assustador. E uma das formas de diminuir a ocorrência deste ato é exatamente falar sobre o suicídio e aprender a identificar os sinais em pessoas próximas de nós”.


Dr. Ramiro Reckziegel, psiquiatra da startup, revela que a busca por cuidado com a saúde mental nos últimos dois anos têm aumentado consideravelmente, e um dos fatores que contribuíram para isso foi a pandemia. “Hoje, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos e a prevenção é um dos caminhos para que os índices diminuam. Na maioria das vezes é a dor psíquica somada à falta de suporte que levam o indivíduo a tentar uma medida tão extrema. Para aqueles que estão em boa condição de saúde mental, parece óbvio que se matar não é solução para nada”.


Segundos os especialistas da Eurekka, muitas vezes o pedido de socorro é negligenciado, pelas pessoas proximas ao suicida, por acreditar que “quem tem a intenção de cometer suicídio não avisa”, entretanto a verdade é que quem pensa em tirar a própria vida, na maioria das vezes, fala e age de formas específicas. “O primeiro ponto ao qual devemos nos atentar é a presença dos fatores de risco em pessoas à nossa volta. Parece estranho pensar que aquele amigo que está deprimido possa cometer suicídio, muitas vezes esse fenômeno parece muito distante da realidade de muitos. Mas a verdade é que os transtornos mentais representam fatores de alto risco para o suicídio . É bom ressaltar que nem todas as pessoas diagnosticadas com transtornos psicológicos virão a pensar em suicídio ou comete-lo. Mas é exatamente para entendermos o risco de ideações suicidas em alguém, que o diagnóstico e tratamento de um distúrbio mental é a parte mais importante da prevenção”, comenta Ramiro.


“É raro que um suicídio ocorra sem sinais prévios, mas, muitas vezes, eles podem ser sutis e discretos. Por isso, é importante conhecer os sinais mais comuns para ser capaz de reconhecê-los caso venham a aparecer com amigos ou familiares que amamos. O importante é identificar um comportamento suicida para oferecer ajuda”, lembra Henrique.


Sinais de que alguém está pensando em suicídio:

Expressões de ideias ou intenções suicidas

Frases como: “vou desaparecer”, “é inútil tentar mudar”, “quero sumir” e “queria nunca mais acordar” podem ser sinais de que a pessoa está experienciando pensamentos suicidas. Preste atenção em comentários do tipo e se a frequência deles está aumentando.


Desesperança severa

É comum que a pessoa com pensamentos suicidas não consiga ver um futuro minimamente animador. A desesperança de que a sua vida pode melhorar é tão grande que a pessoa avalia que o suicídio é realmente a melhor escolha.


Plano consolidado e disponibilidade

Esse é um indicativo muito sério e é quando a pessoa tem um plano em sua cabeça de como pretende ou prefere se matar. Além disso, é bom ficar atento a pessoas que têm métodos disponíveis facilmente ao seu alcance, como profissionais da saúde com remédios ou policiais com armas.


Isolamento

A tendência ao isolamento é muito grande. A pessoa não atende ao telefone e cancela atividades e eventos, mesmo as coisas que costumava gostar de fazer. Preste atenção especialmente se o isolamento surge de maneira repentina.


Despedidas

Quando a pessoa pensa em acabar com a sua vida, não é incomum que ela comece a ter comportamentos de despedida. Ela pode ligar para pessoas com quem não falava há muito tempo, como amigos de infância. Pode também começar a organizar sua contabilidade e pagar suas contas para evitar deixar despesas aos familiares.


Se desfazer de objetos

Junto com a fase da despedida, a pessoa pode começar a se desfazer de objetos que tenham uma carga emocional para ela, dando como um presente. Pode fazer, inclusive, seu testamento.


Como ajudar alguém que tenha comportamentos suicidas?

Se você acredita que conhece alguém que está pensando em se matar, converse com essa pessoa de forma direta e sem julgamentos. Tente identificar em que estágio essa pessoa está, se está no campo das ideias e pensamentos ou se já está planejando uma ação.


Com delicadeza e respeito, ofereça ajuda. Evite tratar o assunto como algo trivial ou como se a pessoa estivesse tentando chamar a atenção, pois essa dor é inimaginável para alguém que está de fora.


Sugira que ela procure um profissional especializado em saúde mental. A ajuda profissional faz grande diferença e é onde é possível iniciar um tratamento. Se você acha que a pessoa está em perigo de se machucar no momento, entre em contato com profissionais de emergência e busque atendimento ou consulte um familiar da pessoa para que ela fique segura. Um possível canal de ajuda é o CVV (Centro de Valorização a Vida), que oferece suporte voluntário e gratuito a todas as pessoas que querem e precisam conversar, possibilitando o contato por telefone, email ou chat 24 horas e todos os dias.


Da Assessoria

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