A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) reserva seis vagas para esse processo seletivo, assim como as outras universidades estaduais paranaenses
Estão abertas as inscrições para o 22º Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná, único estado que possui essa política afirmativa nas instituições de ensino superior. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) reserva seis vagas para esse processo seletivo, assim como as outras universidades estaduais paranaenses. Já para a Universidade Federal do Paraná (UFPR) são 10 vagas reservadas, uma vez que a instituição recebe candidatos de outras regiões do país e também do litoral.
“A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tem atualmente 29 acadêmicos indígenas matriculados, principalmente das etnias Kaingang e Guarani. Os estudantes recebem acompanhamento direto para adaptação e para superar possíveis dificuldades, as mais comuns são relacionadas a linguagem”, informa a pedagoga Iomara Favoreto, da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DAAD – UEPG), ligada a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae – UEPG). Iomara também integra a Comissão Universidade para o Índio (Cuia).
Ela explica que, nesta edição, a organização do processo está sob a responsabilidade da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A expectativa é de que o número de inscrições supere o registrado na edição passada, de 780. “Para participar do Vestibular Indígena, é preciso ter o ensino médio completo e apresentar a autodeclaração de indígena com a assinatura do cacique na ficha de inscrição”, orienta a pedagoga.
As inscrições são gratuitas, estão abertas até o dia 13 de fevereiro e devem ser feitas on-line, no site da Unicentro, neste link. “No início de fevereiro, uma equipe da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade vai pessoalmente até as reservas indígenas de Queimada e Mococa, em Ortigueira, para prestar orientações e ajudar nas inscrições”, acrescenta Iomara.
Provas
As provas estão marcadas para os dias 07 e 08 de maio de 2023 e serão realizadas de forma descentralizada em sete polos – Mangueirinha, Manoel Ribas, Apucaraninha, Santa Helena, Nova Laranjeiras, Cornélio Procópio e Curitiba -, escolhidos de acordo com a proximidade das aldeias indígenas para facilitar o acesso e o transporte.
A UEPG divide com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) a responsabilidade sobre o polo de Manoel Ribas, que fica perto da Terra Indígena Faxinal. O transporte dos candidatos será feito pelas universidades.
No primeiro dia, os candidatos passam por uma prova oral. É uma etapa importante porque eles são de etnias distintas e falam diversas línguas. “Nós fazemos a prova oral justamente para conhecermos esse candidato e vermos se ele consegue compreender bem a língua portuguesa, porque isso é muito importante para o dia a dia da universidade”, diz a presidente da Comissão Universidade para os Índios da Unicentro, Sandra Mattos.
No segundo dia do processo de seleção, os candidatos fazem uma prova objetiva, respondendo questões de português, biologia, matemática, física, química, história, geografia e de línguas – inglês, espanhol, guarani ou kaingang. Nessa etapa, eles também fazem uma redação.
Escolha dos cursos e matrícula – O processo de escolha dos cursos é diferente do vestibular tradicional, em que o candidato opta já no momento de inscrição. No vestibular indígena, primeiro são feitas as provas e depois a opção pelo curso, de acordo com a classificação.
“Eles já chegam com uma ideia de qual curso pretendem cursar. Mas nós da Prae entramos nesse processo, fazendo a acolhida e esclarecendo sobre as grades de curso e o funcionamento geral, antes de efetivarem a matrícula”, explica a pedagoga Iomara Favoreto.
Bolsa-auxílio e benefícios – Os aprovados recebem um auxílio financeiro mensal de R$ 1.125,00 (para estudantes sem filhos), e R$ 1.687,50 (para indígenas com filhos). Essa bolsa é atrelada à frequência, que precisa ser de, no mínimo, 75%. A UEPG também fornece alimentação, com isenção no Restaurante Universitário (RU), e vale-transporte até a universidade.
A divulgação dos resultados está prevista para 31 de maio de 2023. Todas as vagas são preenchidas. Quando há desistência, o próximo classificado é convocado. Os indígenas também podem participar do vestibular convencional e do Processo Seletivo Seriado (PSS), mas nessas modalidades a UEPG não prevê cotas para indígenas, apenas para pessoas com deficiência; candidatos autodeclarados negros; autodeclarados negros vindos de escolas públicas; e estudantes de instituições públicas. Saiba mais sobre a política de cotas da UEPG aqui.
Da Assessoria
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