Goro Miyazaki prevê que inteligência artificial poderá criar filmes em dois anos
- culturacaopg
- há 13 horas
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Filho do renomado cineasta Hayao Miyazaki, o diretor Goro Miyazaki, que também faz parte do Studio Ghibli, compartilhou sua visão sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no cinema durante uma entrevista à Agence France-Presse.
Sem mencionar diretamente a recente tendência envolvendo o estilo visual do Studio Ghibli, Goro expressou sua surpresa com os avanços da tecnologia e seu potencial para a indústria cinematográfica. "Não seria surpreendente se, em dois anos, houvesse um filme feito completamente por IA", afirmou.
A entrevista foi concedida antes da polêmica atualização do ChatGPT, que trouxe à tona a capacidade da IA de reproduzir estéticas artísticas específicas. Apesar de reconhecer o avanço tecnológico, Goro fez questão de ressaltar que as produções do Studio Ghibli são insubstituíveis. "Não é como se eles pudessem ser substituídos", declarou, citando obras marcantes como O Menino e a Garça, que conquistou o Oscar de Melhor Animação em 2024.
Além disso, Goro destacou que o diferencial do Studio Ghibli está na profundidade de suas narrativas. Segundo ele, a experiência de seus criadores, que vivenciaram os horrores da guerra, confere às animações um tom único. Ele mencionou seu pai, Hayao Miyazaki, e Isao Takahata — diretor de O Conto da Princesa Kaguya (falecido em 2018) — como exemplos dessa abordagem. "É isso que realmente torna o trabalho tão profundo. É impossível criar algo com o mesmo senso, abordagem e atitude que a geração do meu pai tinha", enfatizou.
Hayao Miyazaki já criticava o uso de IA em animações
O lendário diretor japonês Hayao Miyazaki já havia demonstrado sua aversão ao uso da IA na criação de animações. Em 2016, muito antes da OpenAI desenvolver ferramentas capazes de recriar o estilo do Studio Ghibli, Miyazaki pai assistiu a uma demonstração da tecnologia e fez duras críticas.
"Estou completamente enojado. Se você realmente quer fazer coisas assustadoras, pode ir em frente e fazer. Eu nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao meu trabalho. Eu sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida", disse o cineasta na ocasião.
O uso de IA na produção de animações e outras formas de arte tem sido um dos temas mais debatidos na indústria do entretenimento. Diretores, roteiristas, atores e dubladores têm se posicionado de maneiras distintas sobre a questão, tornando o assunto um dos grandes desafios da próxima década.
Com informações: Omelete
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