A curadora Rosemeire Odahara Graça direciona e vincula a pesquisa dos artistas que estiveram sob a tutela de Andersen a gêneros temáticos mais recorrentes na pintura ocidental, promovendo um caráter didático na exposição
O Museu Casa Alfredo Andersen abre neste sábado (16), às 10h30, a exposição “Apresentando os Gêneros da Pintura Pelas Obras de Alunos de Alfredo Andersen”. A proposta é uma imersão na essência artística que moldou e influenciou gerações de artistas, nos gêneros da pintura e nas obras de alunos que tiveram contato direto com Alfredo Andersen (1860-1935) e seus discípulos, destacando sua contribuição didática para a cena artística de Curitiba, desde o início do século XX.
Natural da Noruega, Andersen fixou-se inicialmente em Paranaguá, no Litoral do Estado, ganhando a vida com a produção de telas e desenhos. Por volta de 1902, chega a Curitiba, onde ministra aulas de desenho e pintura, atividade didática que lhe designa o título de "pai da pintura paranaense". O próprio museu, local original da casa e ateliê de Andersen, testemunhou o papel do artista como educador, que também lecionou em diversas instituições da cidade, como a Escola de Belas Artes e Industriais.
Quem organiza a mostra é Rosemeire Odahara Graça, professora da Faculdade de Artes do Paraná, da Unespar. Em sua curadoria, ela direciona e vincula a pesquisa dos artistas que estiveram sob a tutela de Andersen a gêneros temáticos mais recorrentes na pintura ocidental, promovendo um caráter didático na exposição.
“O objetivo foi unir dois elementos essenciais ligados a Alfredo Andersen: os artistas que foram seus alunos e a prática do ensino das artes visuais que Andersen desenvolveu paralelamente à sua carreira como pintor”, diz a curadora. A mostra aprofunda a experiência dos visitantes, rastreando os gêneros de cada obra, divididas em retratos, cenas de gênero, cena mitológica, cena histórica, pinturas de paisagem e natureza-morta.
Em cenas de gênero, são nomes de destaque Thorstein Andersen, o filho mais velho do pintor, e José Daros, que retrata sua própria família em seu ateliê, não apenas representando uma cena de gênero, mas também enfatizando a importância do autorretrato como uma maneira de eternizar momentos e identidades. Outros discípulos abordados são Rodolpho Doubek, Raimundo Lewin Jaskulski, Maria Amélia D’Assumpção, e Waldemar Curt Freÿesleben.
A exposição também enfatiza a prática dos retratos, demonstrando como Andersen e seus alunos exploraram este gênero. Theodoro de Bona, conhecido por sua habilidade como retratista, imortalizou personalidades da sociedade paranaense, enquanto Waldemar Curt Freÿesleben capturava a essência de seus retratados, indo além dos traços físicos.
Luis Gustavo Vardanega Vidal Pinto, diretor do Museu Casa Alfredo Andersen, comemora o resultado da exposição. “A abordagem didática da mostra não apenas celebra o legado passado, mas também oferece uma oportunidade valiosa de catalogação para a arte paranaense. Destacamos em especial obras recebidas de doações de particulares, lembrando que nosso Museu recebe obras tanto do mestre Andersen quanto de seus discípulos, perpetuando o nome de seus doadores”, afirmou.
Lançamento
A abertura da exposição acompanha o lançamento do livro “75 BELAS - Escola de Música e Belas Artes do Paraná: 75 anos de arte paranaense”, de Fabrício Vaz Nunes, Juliane Fuganti e Maria José Justino, publicado com o objetivo de democratizar o conhecimento, servindo de referência para as futuras gerações entusiastas do ensino e da história da arte no Paraná.
A publicação retrata parte do acervo de obras de arte doadas à Embap ao longo de sete décadas e meia de existência da instituição, resultado da contribuição artística espontânea de docentes e estudantes que passaram pelo atual câmpus da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Serviço:
“Apresentando os Gêneros da Pintura Pelas Obras de Alunos de Alfredo Andersen”
Abertura: sábado (16), às 10h30
Visitação de terça a domingo, das 10h às 17h
Museu Casa Alfredo Andersen - Rua Mateus Leme, 336 - Curitiba – Paraná
Por AEN
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