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Foto do escritorHurlan Jesus

Escritora de PG faz homenagem para Corina Portugal

Dione Navarro reverencia Corina Portugal na data que marca os 128 anos da morte da "Santinha dos Campos Gerais"

Escritora, Dione Navarro, já escreveu diversas reportagens sobre essa carioca que é o alento do povo ponta-grossense em suas tribulações. Foto: Divulgação


Nesta terça-feira (26), a escritora e produtora cultural, Dione Navarro reverencia Corina Portugal pelos 128 anos de sua morte. Dione, já escreveu diversas reportagens sobre essa carioca que é o alento do povo ponta-grossense em suas tribulações. Em 2015 escreveu o livro "Corina Portugal: súplicas e respostas" que esgotou a primeira edição quase que imediatamente . Como pesquisadora e devota de Corina Portugal, Dione já está com seu segundo livro pronto "Corina Portugal: relatos e preces "que contém mais de 100 depoimentos de graças recebidas e colhidas no Cemitério Municipal São José ao longo de três anos em contato com devotos dessa “Santinha”.


Dione Navarro juntamente com o arquiteto Roberto Pietrobelli Christensen são autores de um Memorial à Corina Portugal que tramita na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa à espera da definição de um local ser implantado e ser um santuário de fé a contemplar tantos devotos de Corina. Ainda, essa escritora que abraça a fé dos ponta-grossenses em favor da chamada "Santinha dos Campos Gerais" já teve a felicidade de ter seu primeiro livro levado ao Vaticano e ter recebido uma carta do santíssimo Papa Francisco que abençoa a Princesa dos Campos Gerais por ter conhecido a grande devoção à Corina Portugal através de seu livro.


Ainda, a convite de escolas estaduais Dione Navarro conta a história de Corina enfatizando sempre a violência doméstica como uma tortura sofrida por ela há mais de um século, e que continua sendo uma das grandes ameaças à dignidade das mulheres, fato comprovado pela estatística assustadora de feminicídio em nosso país.


Essa é um dos propósitos da literatura de Dione com seus dois livros de Corina Portugal, “A luta contra a violência doméstica ao mesmo tempo que mostra através de tantos depoimentos que a fé pode mudar destinos e reescrever novas histórias de vida. Graças a intercessão de Corina Portugal”, comenta a escritora.

Corina foi enterrada no Cemitério Municipal São José em Ponta Grossa, e para muitos, Corina Portugal é considerada uma santa. Foto: Divulgação


História de Corina Portugal

Corina Antonieta Pereira Portugal nasceu no dia 17 de janeiro de 1869 no Rio de Janeiro. Aos 15 anos de idade Corina Portugal conheceu o farmacêutico Alfredo Marques de Campos, onze anos mais velho, e logo depois casaram-se em 1885 e foram morar no bairro do Realengo. Como a condição financeira do casal não era das melhores, em busca de trabalho mudaram-se para Ponta Grossa.


Alfredo alugou uma casa próxima a igreja matriz e tinha a intenção de abrir uma farmácia no centro de Ponta Grossa. Procurou o médico Dr. Dória, João Menezes Dória, que era seu conhecido e acabou o ajudando a abrir a Farmácia Campos.


Corina sofria com a violência doméstica e relatava seu sofrimento em cartas que enviava para o pai, onde contava os maus-tratos e as ameaças recebidas. O marido era dependente de álcool e jogos de azar, descontado na esposa suas frustrações. Na noite de 26 de abril de 1889, Alfredo, após uma violenta discussão, matou a esposa com 32 golpes de punhal. Alfredo alegava que Corina mantinha relações extraconjugais com o Dr. Dória. Com a ajuda do advogado Dr. Vicente Machado, Alfredo Marques de Campos conseguiu absolvição e mudou-se para Minas Gerais e, pouco tempo depois, a notícia do assassinato da esposa chegou até o local onde se estabeleceu. Dessa vez, condenado pela opinião pública, suicidou-se.


Corina foi enterrada no Cemitério Municipal São José em Ponta Grossa, no túmulo número 1258. Para grande parte da população da cidade, ela não traiu o esposo e era uma vítima inocente. Com o passar do tempo sua história tornou-se lenda. Corina adquiriu fama de santidade e seu túmulo tornou-se um local de visitação pública, onde pessoas deixam placas de agradecimento por graças alcançadas, bilhetes com pedidos, terços, flores e inúmeras velas acessas. É o túmulo mais visitado no cemitério e é até mesmo considerado "ponto turístico". Para os devotos, Corina Portugal é uma guardiã das mães aflitas e auxiliadora das esposas que não são aceitas e compreendidas pelos maridos.

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