O manifesto para essa data foi assinado durante a ditadura militar, três anos depois do jornalista Wladimir Herzog ter sido executado numa das celas do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo
Embora mundialmente a liberdade de imprensa seja comemorada no dia 3 de maio, instituído pela ONU em dezembro de 1993 por decisão da Assembleia Geral, em atenção ao artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Brasil desde 1977 celebramos esta data hoje (7). Foi quando cerca de 3 mil jornalistas assinaram um manifesto pela liberdade de imprensa, em plena ditadura, durante o governo do general Ernesto Geisel. Um ano e meio antes, em 1975, o jornalista Wladimir Herzog tinha sido executado numa das celas do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo.
Foi um ato corajoso da categoria, pois até então os censores praticamente viviam nas redações dos jornais apagando literalmente todas as críticas ao governo. E isto acontecia na história do Brasil desde a Velha República, passando pelo regime de Vargas que instituiu o famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).
Com um regime de produção escravista, o nosso país teve proibição de imprimir qualquer coisa, até a chegada da família real no Rio de Janeiro em 1808, quando se abriu a Imprensa Régia, na verdade o Diário Oficial, e desde então a censura imperava. Quem ler a História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré, vai entender o trabalho que dava fazer qualquer jornal com criticas ao governo no tempo do regime imperial.
Prisões, torturas e até morte, era o que aguardava os precursores do jornalismo brasileiro quando ousavam fazer qualquer crítica aos governantes de plantão. No período da ditadura militar de 1964, muitos jornais da grande imprensa para denunciar a censura, publicavam receitas de comida, no lugar onde tinha sido censurada alguma matéria. Este foi o caso do Estadão, do Jornal do Brasil, da Tribuna de Imprensa.
Leia mais em BDF
Comments