A exposição conta com objetos do Proantar, como materiais de pesquisa, equipamentos e trajes especiais utilizados pelos exploradores, assim como algumas espécies de animais preservados
O Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) organizou a exposição “Bate-Papo com Pinguins”, entre 30 de novembro e 8 de dezembro, no Centro de Convivência, Campus Uvaranas. A exposição foi realizada em parceria com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), para celebrar seus 40 anos, com o objetivo de divulgar estudos sobre o continente mais isolado do planeta, seu clima e a vida selvagem.
A exposição conta com objetos do Proantar, como materiais de pesquisa, equipamentos e trajes especiais utilizados pelos exploradores, assim como algumas espécies de animais preservados. A organizadora da exposição, professora Susete Wambier Christo, explica que fazer a Missão Antártica brasileira ser conhecida pela população mostrou resultados. “É muito importante receber pessoas que não sabiam sobre a presença do Brasil na Antártica e explicar para elas a importância disso”.
O orientando de doutorado, Augusto Ferreira Junio, acompanhou a professora em duas expedições para a Antártica. Para ele, a exposição é importante “para que as pessoas entendam o porquê do Brasil estar lá, e como os fenômenos que acontecem lá nos afetam”.
Uma pesquisadora da UEPG na Antártica Susete esteve três vezes na Antártica para desenvolver sua pesquisa sobre moluscos e outros invertebrados marinhos. O objetivo das viagens foi observar, coletar e estudar moluscos e invertebrados marinhos que habitam a Antártica. Para desenvolver seu estudo, ela concorreu e venceu um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que, junto da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), financiam as pesquisas brasileiras realizadas no Proantar.
Duas das expedições foram feitas por avião da Força Aérea Brasileira e uma em navio da Marinha, saindo da cidade de Punta Arenas, no sul do Chile. A professora explica que para fazer a travessia, é necessário esperar as condições meteorológicas estarem ideais. “Se necessário, embarcamos várias vezes até que seja seguro fazer a viagem”.
Os navios para a Antártica cruzam a Passagem de Drake, o mar mais revolto do mundo, entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Por ar, a viagem também é arriscada. “Os pilotos precisam ser habilidosos, para não confundir nuvens com neve”, explica a professora.
Após a viagem, os pesquisadores e militares chegam à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), onde se hospedam e utilizam seus laboratórios para desenvolver pesquisas em diferentes áreas, incluindo a Biologia. A professora conta que, durante seu trabalho de campo, foi necessário utilizar roupas específicas para climas extremos, emprestadas pela Marinha, além de equipamentos para caminhar pelo gelo.
Para chegar aos animais marinhos, era necessário utilizar uma roupa de coleta (foto abaixo) por cima das vestes de proteção para ir ao mar. Alguns dos animais que a professora Susete coletou estavam presentes na exposição “Bate-papo com Pinguins”. A professora destaca a importância da colaboração da UEPG com o Proantar. “É um grande orgulho levar o nome UEPG para esta região tão inóspita e tão importante do planeta” finaliza a pesquisadora.
Sobre o Programa Antártico Brasileiro
O Proantar é parte da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, do Governo Federal, e busca posicionar geopoliticamente o Brasil na Antártica, por meio do desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos recursos naturais, vida selvagem e o clima no continente. A sede do Projeto fica na EACF, localizada na Ilha do Rei George. A Marinha do Brasil é responsável pelo transporte e segurança das equipes de militares e pesquisadores da estação.
Além do Ministérios da Defesa, participam do Proantar os Ministérios da Educação (MEC) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que financiam pesquisas, por meio da Capes e CNPq, respectivamente.
Da Assessoria
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